CURTAS (todas)


Portalegre volta a fechar ruas ao trânsito
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Há cerca de 15 meses, divulgámos neste blogue a decisão da Câmara Municipal de Portalegre (Alentejo) de reabrir ao trânsito, 12 horas por dia (entre as 20 h e as 8 h), duas ruas pedonais (Rua do Comércio e Rua 19 de Junho), bem como abrir a Rua do Carmo a dois sentidos de trânsito, a pedido dos comerciantes da zona, tudo com o objetivo de tentar “revitalizar o comércio local”.

Sem surpresa alguma, a autarquia local verificou que estas medidas não tiveram nenhum benefício e decidiu agora voltar a proibir a circulação de automóveis naquelas duas ruas pedonais - uma das quais (Rua 19 de Junho) tem agora o pavimento mais degradado – e restabelecer o sentido único na Rua do Carmo (onde foram registados alguns “incidentes” durante estes 15 meses).

O bom senso venceu.

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Joana, 16 de Junho de 2011
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Agradecimento: Paulo Fonseca
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Resumo dos dias anteriores
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Constou-nos que muita gente esteve de férias na última semana. Perder uma semana de A Nossa Terrinha é como perder episódios de uma telenovela. Para colmatar essa perda enorme, aqui fica um resumo:

Joana conta a Leitor que Paris ama Sinal-de-trânsito/sentido-proibido-exceto-para-bicicletas. Nuno diz a Joana qu...
e o coração de Guimarães também bate mais depressa pelo mesmo motivo. Luís revela à Sociedade que é irrealista promover o uso diário da bicicleta numa cidade como Lisboa, mas que não se pronuncia sobre subúrbios como Benfica, Lumiar ou Olivais. Pedro pede a Luís que deixe de chamar “subúrbio” às zonas de Lisboa fora do centro. Cresce um clima de tensão entre ambos. Luís responde que Benfica sempre foi uma cidade distinta de Lisboa e exibe o trunfo do nome “Sport Lisboa e Benfica”. Leitor fica abananado. Pedro zanga-se com Luís. Luís aconselha Lisboa a não se envolver com Sinalização-que-cria-privilégios-de-circulação-para-ciclistas. Lisboa responde-lhe que não se preocupe.

Europa apaixona-se por Sistema-de-bicicletas-partilhadas. Luís diz a Joana que Lisboa não deve lixar Cidadão e acusa Joana de ser agressiva. Luís conta a SRT que acha interessante a ideia de se poder fumar nos espaços públicos, desde que Fumador pague para o fazer. Dinheiro regozija-se com a possibilidade de comprar montes de coisas, incluindo cancros de pulmão. Joana conta a Nuno que Murtosa gosta de Bicicleta. Luís revela que Murtosa só gosta de Bicicleta porque Murtosa é plana e acrescenta que a maioria da Europa Central é completamente plana, enquanto Portugal é montanhoso e impróprio para Bicicleta: segundo Luís, entre Portugal e Bicicleta é impossível pintar um clima. Rosa e Ana Barbosa unem-se a Luís contra Bicicleta. Bicicleta, chorosa, confessa o seu grande desgosto amoroso em relação a Portugal.

Entretanto, Paris apoia relação amorosa de Munícipe com Bicicleta-elétrica, que ajuda Cidadão a pedalar rua acima. Luís está distraído: só recuperará a atenção no episódio seguinte, quando Joana conta que em muitas cidades da Europa Mercadoria gosta de ser transportada ao colo por Bicicleta. Luís diz que não deve ser Europa, mas sim Bengala. Leitor belisca-se. Pedro, ainda zangado com Luís, mantém-se silencioso.

Catarina diz a Leitor que IGESPAR ama Casa do Passal. Ana Carvalho zanga-se com Passeio-ribeirinho-lisboeta e vai contar a Ana, Catarina e Joana. Catarina conta tudo a Leitor. Joana expõe no YouTube a Rita

[Rita acaba tudo com Automóvel, atirando-lhe à cara que andar de carro está completamente ultrapassado em Lisboa. Carlos Barbosa escandaliza-se.]

e a Bikebuddy-Rosa, revelando a Leitor que afinal Bicicleta gosta de Lisboa.

Ana, 14 de Junho de 2011




Casa do Passal, Monumento Nacional
 
É certo que na nossa terrinha a classificação de património não é sinónimo de garantia de preservação. Mas a classificação da Casa do Passal como Monumento Nacional, publicada há dias no Diário da República, é uma excelente notícia. Trata-se da casa onde viveu Aristides de Sousa Mendes e na qual este, a caminho da miséria, acolheu e alimentou refugiados da guerra. Esperemos que este monumento nacional seja rapidamente recuperado.
 
Catarina, 10 de Junho de 2011
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"Partido” dos Brancos e Nulos quase alcança o Bloco de Esquerda
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A noite eleitoral nas televisões portuguesas foi a mesma mediocridade de sempre (corrigindo: foi pior do que nunca). Não sei se por muito azar, ao longo de toda a noite não consegui, em qualquer dos canais, saber os resultados dos pequenos partidos, bem como dos votos brancos e nulos.

Os votos brancos e nulos (que os dirigentes dos partidos odeiam, mais do que a abstenção) registaram um novo recorde em eleições legislativas, desde as primeiras realizadas em 1976. As pessoas que, não querendo votar em nenhum dos partidos concorrentes, se dignaram, mesmo assim, a ir às urnas, foram 223338, apenas menos 64738 do que aquelas que votaram no Bloco de Esquerda, que elegeu oito deputados. E se aos votos brancos e nulos correspondessem lugares vazios no parlamento?...

Nestas eleições legislativas, foram oito os concelhos onde pelo menos cerca de dois terços das pessoas foram votar:
- Sardoal (Ribatejo) – abstenção de 29,98%
- Vila de Rei (Beira Baixa) – 30,54%
- Mação (Ribatejo / Beira Baixa) – 31,71%
- Maia (Porto) – 32,55%
- Monchique (Algarve) – 32,77%
- Avis (Alentejo) – 32,90%
- Barcelos (Minho)- 33,61%
- Oeiras (Lisboa) – 33,72%

No lado oposto, os sete concelhos onde só pouco mais de um terço das pessoas (!) é que quiseram saber:
- Ribeira Grande (São Miguel) – abstenção de 65,65%
- Vila do Porto (Santa Maria) – 64,34%
- Vila Franca do Campo (São Miguel) – 64,02%
- Lagoa (São Miguel) – 63,45%
- Melgaço (Minho) – 62,69%
- Ponta Delgada (São Miguel) – 61,03%
- Praia da Vitória (Terceira) – 60,36%

A eventual desatualização dos cadernos eleitorais não pode explicar mais do que uma pequena parte destes números vergonhosos.

Ana, 6 de Junho de 2011

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A Nossa Terrinha é a Meryl Streep da blogosfera*
*pelas más razões
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O blogue A Nossa Terrinha já foi nomeado quatro vezes para o prémio Green Blogger Awards.
[Nesta altura já devem estar a pensar qual é o grau de parentesco entre uma de nós e os senhores que fazem as nomeações. Mas enganam-se: não os conhecemos.]

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Não ganhámos nenhuma vez. Mas as votações foram sempre renhidas.
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Na primeira vez, o blogue vencedor ganhou com 32 votos. Houve incerteza no resultado até quase ao final, pois o blogue A Nossa Terrinha parecia bem lançado para vencer - mas os dois votos que recebemos acabaram por se revelar insuficientes para ganhar.
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Na segunda vez, o blogue vencedor recebeu 34 votos, mas chegou a dar a nítida sensação de que A Nossa Terrinha podia ganhar. Acabámos, mesmo assim, com zero votos, um resultado muito mais difícil de alcançar do que pode parecer à primeira vista. E a prova disso é que nenhum dos outros quatro nomeados o conseguiu.
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Às vezes pensamos que é impossível repetir um resultado difícil de obter e enganamo-nos: na terceira vez, obtivemos os mesmos zero votos (o vencedor ganhou com 46).
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Mas foi na quarta nomeação que nos enchemos de orgulho. A votação terminou ontem. Ficámos no pódio, com um honroso terceiro lugar, só a 11 votos do blogue vencedor e apenas a 10 daquele que ficou em segundo lugar. Um pouco já por tradição, voltámos a ter zero votos. Mas nunca tínhamos ficado tão perto da vitória.
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Nesta última votação, foram só três os nomeados, o que significa que as nossas hipóteses aumentaram consideravelmente. Uma das sugestões que vamos apresentar aos organizadores deste prémio é, precisamente, a de que da próxima vez só nos nomeiem a nós. Tecnicamente, não temos a certeza se os zero votos vão dar para ganhar, mas pensamos que sim, porque, se formos a ver, ninguém terá mais votos do que nós.
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Uma sugestão alternativa, que também vamos apresentar aos organizadores, é que tenham mais respeito por nós ao escolherem os outros nomeados. É que até agora só nos puseram a concorrer com artigos muito melhores do que os nossos. E pensamos que isso é muito injusto! Gostávamos, por exemplo, de ser nomeadas ao lado do “blog de Amílcar Raimundo Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente de Aljubarrota” (o tamanho do nome do blogue não nos intimida), do blogue “Roberto Leal Vamos brindar” ou do blogue “As gatinhas” (que tem três seguidores e zero publicações), isto só para citar três exemplos.
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Seja como for, não somos de guardar ressentimentos. Afinal de contas, uma das melhores actrizes de cinema de todos os tempos (Meryl Streep) já foi nomeada 16 vezes para os óscares e só ganhou dois. É bom saber que em alguma coisa somos parecidas com a Meryl Streep. E não é na qualidade. Bom, nem nos prémios ganhos. A tipa sempre ganhou mais de oitenta. A lambisgóia.
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Ana, 24 de Maio de 2011


Um programa de televisão sobre comboios

Ontem foi transmitido, na televisão pública portuguesa, um programa de televisão inteiramente dedicado ao comboio. Quem não viu e tem interesse, pode ainda vê-lo na internet.

Joana, 2 de Maio de 2011

O progresso tecnológico e a ferrovia nacional


Antigamente, as obras de modernização e de electrificação de uma linha férrea decorriam sem necessidade de a circulação de comboios ser interrompida.

O mundo evoluiu, a tecnologia também, e hoje a empresa gestora da rede nacional por vezes encerra linhas para fazer obras (e já vamos com sorte quando elas voltam a ser reabertas: que o digam, por exemplo, as populações das cidades de Vila Real, Amarante e Cantanhede, que nunca viram as obras prometidas).

Há poucos anos, a Linha de Évora (o que resta da Linha de Évora) encerrou nove meses para obras de modernização. Reabriu. Quando havia boas notícias quanto ao crescimento do número de passageiros, a linha voltou a encerrar (tal como a ligação a Beja) – desta vez “por um ano” -, para mais obras de modernização e de electrificação. O encerramento não era inevitável, como reconheceu a própria REFER, que justificou a interrupção, não na impossibilidade de manter os comboios a circular, mas na minimização do período de desconforto para os passageiros, dado que a manutenção da circulação de comboios durante as obras teria reflexos na sua pontualidade.

A “minimização do período de desconforto” deu nisto: as obras no pequeno troço de 32 km que ditaram a interrupção de mais de 200 km de ligações ferroviárias deviam terminar no princípio de Maio de 2011 e a obra de remodelação da estação de Évora devia estar terminada no dia 10 de Maio. A data prevista para a reabertura dos mais de 200 km de ligações ferroviárias é agora 23 de Julho. O utente que espere mais uns meses. Afinal de contas, há sempre a alternativa da auto-estrada.

Catarina, 29 de Abril de 2011




Fiscalização rodoviária: problemas de deteção, Parte II

A Prevenção Rodoviária Portuguesa - uma associação que existe para «prevenir os acidentes rodoviários e as suas consequências» e cujo Presidente do Conselho Geral é o nosso amigo Presidente do ACP Carlos Barbosa (ele há coisas assim neste país) - parece ter finalmente descoberto que há qualquer coisa de muito estranho quando a polícia diz que detetou 1,1% (um vírgula um por cento) dos condutores a conduzir em excesso de velocidade, implicando isto, segundo cálculos apuradíssimos, que 98,9% dos condutores conduzem abaixo do limite máximo de velocidade. Os anúncios dos resultados da fiscalização policial dão sempre números próximos destes, que todos sabemos que não podem corresponder à realidade (a menos que a fiscalização em Portugal incida apenas sobre os engarrafamentos do IC19 em hora de ponta). O Secretário-Geral da PRP parece ter também despertado para esta realidade, afirmando que estes valores «não são de todo possíveis, estão desfasados da realidade». Resta saber o que vai a PRP fazer relativamente a este assunto – esperemos que não se fique por esta manifestação de espanto.

Catarina, 27 de Abril de 2011

Artigo relacionado: Fiscalização rodoviária: problemas de deteção

Fonte: notícia do DN de 26/4/2011 “Apenas 1,1% em excesso de velocidade”.







A partir de hoje, dois milhões e meio de portugueses vêem a sua qualidade de vida melhorada

A partir de hoje, a região de Lisboa conta com mais uma auto-estrada: a A36, mais conhecida por CRIL ou IC17, auto-estrada que faz a ligação entre Algés (concelho de Oeiras) e Sacavém (concelho de Loures). É a quarta circular de Lisboa - ao que parece, três ainda não chegavam – e é anunciada como uma auto-estrada que vai «aumentar a qualidade de vida de dois milhões e meio de pessoas» na Grande Lisboa.

Problemas de traçado à parte (uma vergonha), o (aparente) consenso em torno da CRIL impressiona-nos. Nós, aqui no blogue, continuamos sem compreender como é que esta auto-estrada faraónica pode constituir uma prioridade em matéria de mobilidade na Região Metropolitana de Lisboa.

Em relação aos efeitos da conclusão desta auto-estrada, falam-nos, como habitualmente, da “melhoria das acessibilidades”, de “ganhos de tempo” e de reduções de tráfego noutras vias. A última auto-estrada urbana em que nos contaram essa história foi a A16. E dois anos depois constatou-se que o tráfego no eixo por ela servido aumentou de forma significativa, nomeadamente na A37 (IC19), auto-estrada onde, ao contrário das previsões destes ilustres iluminados, o tráfego aumentou.

A A36 é mais uma auto-estrada sem custos para o utilizador, a juntar a várias outras auto-estradas em Lisboa e à volta de Lisboa que são gratuitas ou parcialmente gratuitas. Estranhamente, parece que em Lisboa o princípio do utilizador / pagador já não vale – nem sequer se discute…

Mas nada disto interessa. Para quase um quarto dos portugueses, a qualidade de vida aumenta a partir de hoje. Eu ainda não senti nada, mas se calhar ainda é cedo. Estou satisfeitíssima! E aguardo ansiosa pela próxima auto-estrada que será construída para “resolver” os problemas criados por aquelas que já existem.

Ana, 17 de Abril de 2011


Sinistralidade nas auto-estradas portuguesas continua a crescer

O relatório de sinistralidade rodoviária de 2010, hoje publicado, mostra que a sinistralidade nas auto-estradas portuguesas voltou a aumentar em 2010.

Desde 2005, os acidentes com vítimas nas auto-estradas têm aumentado todos os anos (com exceção de 2007, em que diminuíram muito ligeiramente): cresceram 44% nos últimos 5 anos (e 62% nos últimos 10 anos). Mas o crescimento de 2010 assume particular relevância por se ter tratado de um ano em que o tráfego nas auto-estradas portuguesas sofreu uma redução.

Todos os indicadores de sinistralidade nas auto-estradas pioraram: aumentaram os acidentes com vítimas, o índice de gravidade dos acidentes cresceu 22%, aumentou o número de vítimas mortais (aumento de 26%!), aumentou o número de feridos graves (aumento de 28%) e aumentou o número de feridos leves (2%).

O peso da sinistralidade nas auto-estradas, nos números totais da sinistralidade, voltou a aumentar. Os números são impressionantes: embora as auto-estradas constituam apenas cerca de 2,5% da rede total de estradas, elas concentram 8% dos acidentes com vítimas (valor igual ao de 2009), 9% do total de feridos graves (tinham sido 7% em 2009) e 13% das vítimas mortais (tinham sido 11% em 2009) ocorridos em todo o país.

Em 2010, foram contabilizados 66 pontos negros (isto é, troços nos quais se registaram, pelo menos, cinco acidentes com vítimas com um índice de gravidade total elevado). 44% deles situam-se em auto-estradas. É um número elevadíssimo, se pensarmos que as auto-estradas são, objetivamente, as nossas estradas mais seguras.

A sinistralidade nas auto-estradas portuguesas está a aumentar há vários anos. Continua a não haver nenhum plano específico para fazer face a este grave problema...

Joana, 14 de Abril de 2011




Notícias do Império do Automóvel

O Estado português decidiu suspender a construção da linha de Alta Velocidade entre Poceirão e Lisboa: vamos, portanto, ter uma linha Madrid-Poceirão. Esta infra-estrutura de transporte público tem sido muitíssimo mais contestada em Portugal do que as auto-estradas, apesar de o seu custo ser abissalmente inferior aos rios de dinheiro que têm sido gastos - que continuam a ser gastos - na construção de auto-estradas. Resultado: vamos ter uma linha férrea incapaz de concorrer com o avião e que dificilmente concorrerá com o automóvel. A pior opção possível.

Muita gente pensava que a poupança de encargos com a Alta Velocidade permitiria libertar recursos para o investimento na rede ferroviária convencional, sem perceber que a questão tem sido a da total secundarização da ferrovia na distribuição dos fundos destinados às infra-estruturas de transportes. E, como se esperava, foi hoje noticiado que a REFER vai encerrar várias linhas férreas, cortar investimentos, despedir funcionários e poupar na manutenção da rede sobrevivente, mesmo que isso implique que os comboios passem a andar mais devagar.

Quando uma função essencial do Estado é exercida através de uma estrutura de natureza empresarial; quando o Estado espera que, por milagre, essa empresa se auto-financie; quando, naturalmente, a empresa acumula prejuízos e endividamento ao longo de anos, até a situação se tornar insustentável e a empresa deixar de conseguir obter empréstimos no mercado; estas notícias não são propriamente mal recebidas por grande parte desta nossa sociedade automobilizada, que hoje pouca importância atribui ao comboio: se a empresa "dá assim tanto prejuízo ao Estado”, os cortes são reconhecidos como “indispensáveis”.

E a construção de auto-estradas lá continua. Claro.

Joana, 14 de Abril de 2011




Relatório de sinistralidade do Distrito de Lisboa

O Relatório de Sinistralidade de 2009-2010 do Distrito de Lisboa, apresentado anteontem pelo Governo Civil de Lisboa, vem, pela enésima vez, contrariar alguns mitos presentes na cabeça de muitos automobilistas portugueses. Os números revelam, por exemplo, que:

- três em cada quatro acidentes ocorreram com boas condições atmosféricas;

- a maior parte dos acidentes ocorreu durante o dia (e só 11% à noite e sem iluminação);

- a maior parte dos acidentes ocorreu em vias em bom estado de conservação (e só 1% em vias em mau estado de conservação).

Estão identificados 28 pontos negros em 17 vias do distrito. Com base na lista de pontos negros, A Nossa Terrinha constatou alguns dados interessantes, ignorados no relatório:

- praticamente metade (8) dessas vias com pontos negros são estradas com características de auto-estrada (A1, A5, A8, A36 / CRIL, A37 / IC19, A30 / IC2, Eixo Norte-Sul e Segunda Circular), que concentram quase 60% (16) dos pontos negros;

- das restantes 9 vias, cinco são “vias rápidas urbanas”: EN6, Av. Infante D. Henrique (Lisboa), Avenida de Ceuta (Lisboa), Avenida da Índia (Lisboa) e Avenida de Brasília (Lisboa), que concentram mais 7 pontos negros.

[Restantes vias do distrito com pontos negros: EN8 em Torres Vedras, EN 247 em Sintra, Rua Elias Garcia em Sintra e dois troços da EN 10 na zona de Vila Franca; nestas vias situam-se 5 dos 28 pontos negros do distrito.]

Assim, 82% (23) dos pontos negros do distrito situam-se em vias onde se praticam velocidades mais elevadas (vias estas que constituem 76% das vias do distrito com pontos negros).

27% dos acidentes graves foram despistes. Um terço foram atropelamentos. Os restantes constituiram colisões. 

Concretamente no que respeita à cidade de Lisboa, todas as vias que atravessam a cidade e que têm troços sem semáforos ou com extensões superiores a um quilómetro sem semáforos são, segundo o relatório, as mais críticas da cidade em termos de sinistralidade. São, mais uma vez, as vias com características que permitem velocidades mais elevadas.

Por incrível que pareça, a cidade de Lisboa tem metade dos pontos negros de todo o distrito, todos situados em vias que convidam à velocidade, o que diz bem da situação absurda a que se chegou nesta cidade.

Segundo o relatório apresentado, a maior parte dos atropelamentos em Lisboa acontece em pleno centro da cidade, designadamente no eixo Baixa – Marquês de Pombal – Avenidas Novas.

As conclusões retiradas no relatório davam um artigo. Neste relatório recomenda-se, por exemplo (para evitar atropelamentos), que se desviem as passadeiras para um local mais distante dos cruzamentos (ou seja, das zonas de mudança de direcção dos automóveis), o que obrigaria os peões a fazer mais desvios nos seus percursos...

Fonte: Relatório de Sinistralidade 2009-2010 do Distrito de Lisboa

Joana, 13 de Abril de 2011



Museu de Portimão: mais um prémio internacional

Abriu há menos de dois anos e este é já o segundo prémio internacional atribuído ao Museu de Portimão: depois de ter sido Museu Europeu do Ano em 2010, foi agora eleito pela Academia Europeia de Museus o melhor museu na área Mundo do Trabalho. Em 2009 já tinha recebido o prémio Turismo de Portugal e uma menção honrosa no prémio Melhor Museu de Portugal. Com uma costa semi-estragada (Praia da Rocha) e uma urbe muito descaracterizada e entregue aos automóveis, a autarquia conseguiu, com este museu, recuperar parte do orgulho perdido e atrair novos visitantes. Visitam este museu, em média, mais de 200 pessoas por dia.

Joana, 13 de Abril de 2011

Fonte: notícia do Público “Museu de Portimão conquista novo prémio europeu”

Artigo relacionado: Museu de Portimão: o museu europeu do ano (2010)


A MOV LISBOA número dois

Saiu o número dois da nova revista (perdão, “newsletter”) MOV LISBOA, editada pelo pelouro da mobilidade da câmara.

Ler a MOV é sempre enriquecedor – e este número traz dados interessantes. Por ele ficamos a saber que, segundo os dados da Câmara Municipal de Lisboa, existem 159 mil viaturas na cidade. Lugares de estacionamento, são 203 mil [nota: não inclui garagens privadas, nem parques não abertos ao público em geral].

Mas, segundo dados de há 6 meses, todos os dias estão a entrar em Lisboa 412 mil automóveis (116 mil pela margem sul, 107 mil pelo eixo de Cascais, 96 mil pelo eixo Amadora-Sintra, 9 mil pelo eixo Amadora-Loures, 58 mil pelo Norte e 26 mil pelo Oeste).

Portanto, se em Lisboa há 159 mil veículos e todos os dias entram mais 412 mil, temos diariamente 571 mil veículos na cidade, para 203 mil lugares de estacionamento – que, como se sabe, ainda por cima nunca são integralmente ocupados. É fácil tirar conclusões relativamente ao estacionamento ilegal que prolifera na cidade.

Mas continuemos. Explica o vereador Nunes da Silva que «Lisboa tem significativos défices de infra-estrutura» - e nomeia dois. O primeiro é, justamente, o estacionamento (já iremos ao segundo). É uma maneira de ver as coisas. Uma outra seria dizer que há um excesso de automóveis na cidade. De forma que estão a caminho mais lugares de estacionamento em Lisboa: mais 6 mil (segundo o sítio da EMEL) já estão previstos para os próximos dois anos.

Outro dado curioso que a revista nos revela é que mais de metade dos 203 mil lugares de estacionamento existentes em Lisboa são gratuitos – o que ajuda muito a explicar o simpático “convite” feito pela cidade aos automóveis.

Voltando ao número de carros que entram diariamente na cidade, mais de 200 mil (!) passam na zona da Baixa e do Marquês de Pombal: é um centro de cidade bastante convidativo [para os automobilistas].

Mas, como dissemos, o senhor Vereador da Mobilidade escreveu que «Lisboa tem significativos défices de infra-estrutura» e nomeou dois. O primeiro (o estacionamento) nós ainda percebemos, fazendo meras operações de aritmética. Mas o segundo é espantoso: um défice «de ligações essenciais da rede viária». Défice de rede viária, em Lisboa?!

Relativamente às pessoas de mobilidade reduzida, é mais uma vez reafirmado o discurso de que «não deverão ser permitidas mais barreiras» [à mobilidade dos deficientes] e que as barreiras existentes «devem ser anuladas ou, pelo menos, mitigadas». Pena é que, na prática, a autarquia chegue a criar novas barreiras e ignore sistematicamente as reclamações feitas pelo blogue A Nossa Terrinha.

Não sabemos se foi devido ao nosso anterior comentário sobre o primeiro número da revista (ver outra "curta" abaixo), mas neste segundo número esclarece-se que os peões podem atravessar a rua fora das passadeiras quando não exista local de travessia a menos de 50 metros. Boa! Infelizmente, a perspetiva pela qual o assunto é abordado é apenas a de que o peão que atravessa fora da passadeira deve “redobrar os cuidados”. Pena que não se tenha acrescentado que o automobilista - que tem de contar com a possibilidade de os peões atravessarem fora das passadeiras - deve ter muitíssimo mais cuidado a circular, por motivos fáceis de compreender.

Uma revista a ler (ligação em baixo).

Joana, 1 de Abril de 2011

Fonte: MOV número 2



Mais auto-estrada

É mais um momento de grande felicidade e de regozijo para os portugueses: amanhã vão ser inaugurados mais 41 km de auto-estrada na nossa terrinha: um novo troço de 33 km da A41 e um novo troço de 8 km da A43, com o custo total de 384 milhões de euros, no âmbito da concessão de estradas Douro Litoral (investimento de 872 milhões de euros). A partir de amanhã seremos um país ainda mais moderno e mais evoluído e cimentaremos a nossa posição de campeões das auto-estradas. E há mais em construção. Os europeus devem estar roídinhos de inveja. É bem feita que é para não serem ricos.

Catarina, 31 de Março de 2011

Fonte: notícia do Sol de 30/3/2011 “Troços da A41 e A43 abrem ao trânsito na sexta-feira



MOV LISBOA

Nasceu, em Lisboa, a revista MOV LISBOA, editada pelo Pelouro da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, com a finalidade de «apelar e contribuir para o desenvolvimento de práticas corretas».

O destaque deste primeiro número (Março de 2011) vai para aquilo que é designado como reconstrução de 600 arruamentos da cidade. «Reconstrução», pensará o leitor mais desprevenido, «incluirá, por exemplo, o alargamento e desobstrução de passeios (corrigindo os erros do passado) ou a introdução de medidas de acalmia de tráfego nas ruas reconstruídas». Mas não: depois de lermos a MOV LISBOA ficamos a saber que, neste caso, a “reconstrução” mais não é do que a repavimentação da faixa de rodagem, que vai tornar possível a circulação automóvel a maiores velocidades.

Neste âmbito, é destacado o “empenhamento” dos responsáveis na programação da obra, a «boa coordenação», o «bom agendamento das várias fases de cada intervenção» e a «boa ligação quer entre os Serviços quer com os empreiteiros executantes dos projetos». Como há muitas ruas e avenidas repavimentadas há meses sem que tenham sido repostas as passadeiras de peões, imaginamos que o «empenhamento», a «boa coordenação» e o «bom agendamento» tenham tido exclusivamente como objetivo atrapalhar o menos possível o Senhor Automóvel.

A Câmara Municipal de Lisboa congratula-se ainda com a vergonhosa campanha “Somos todos Peões” promovida em parceria com o ACP e com o Governo e, depois de «avisar» os idosos para terem «ainda mais cuidado» a atravessar as passadeiras [e com toda a razão, já estou a imaginar os idosos a atravessá-las a correr], a MOV LISBOA explica-nos que, no que diz respeito ao atravessamento das ruas pelos peões, a regra «é simples: cada pessoa tem de tomar definitivamente a decisão de SÓ (MAS MESMO SÓ) atravessar nas passadeiras. Qualquer desvio a esta regra é tendencialmente perigoso». Claro que este alerta da Senhora Câmara enfrenta, penso eu, algumas dificuldades, e agora até nem estou a pensar nas ruas repavimentadas que não têm passadeiras há meses, mas sim na regra do Código da Estrada que atribui aos peões o direito de atravessar a rua fora das passadeiras, quando não exista nenhum local destinado à travessia de peões a menos de 50 metros. É que, por sinal, em Lisboa o que não faltam é situações dessas. Estou a pensar em enviar ao vereador da mobilidade Fernando Nunes da Silva (o diretor desta nova revista) um exemplar do Código da Estrada. Nunca se sabe: pode ser que o leia e se abstenha de (na mesma revista) aconselhar os professores das escolas lisboetas a «ensinar» as «crianças e os jovens» que devem «atravessar sempre nas passadeiras».

Numa “curta”, não podemos adiantar mais. A MOV LISBOA - onde também não faltam recomendações de segurança rodoviária aos automobilistas, e na qual a Câmara se congratula com as alterações ao trânsito na zona da Baixa, que agora permitem aos automobilistas uma «ligação mais rápida entre as colinas do Castelo e do Chiado» - é, como já perceberam, uma revista a acompanhar.

Joana
22 de Março de 2011, 11:00

Agradecimento: Mário Alves

Fonte: n.º 1 da revista (a autarquia chama-lhe “newsletter”, porque já se sabe que em inglês fica sempre melhor) MOV LISBOA


Prémio da semana europeia da mobilidade


A cidade de Almada conquistou o prémio para a participação mais efectiva e inovadora na Semana Europeia da Mobilidade 2010. Foi, até hoje, a única cidade portuguesa a obtê-lo.

Catarina
20 de Março de 2011, 12:32

Fonte: notícia do Público “Mobilidade: Almada conquista prémio europeu



Censos 2011: para quem quiser


Só a partir de amanhã devem começar a ser respondidos os questionários do censo de 2011, mas o INE achou por bem comunicar que não vai aplicar quaisquer multas a quem não responder. Que grande ideia anunciá-lo! O sucesso do censo de 2011 vai, portanto, depender da boa vontade das pessoas. E, como se sabe, neste momento há portugueses que estão “cheios de boa vontade”… Uma estratégia magnífica!

Catarina
20 de Março de 2011, 12:20

Fonte: notícia do Público de 17/3/2011 "Censos 2011 - INE descarta multas a quem não responder"



Número de mortos nas estradas continua a aumentar


O número de mortos nas estradas portuguesas continua a aumentar. No período de 1 de Janeiro a 7 de Março, e apesar de haver menos carros a circular graças à grande alta no preço dos combustíveis, o número de vítimas mortais subiu mais de 10% em relação ao mesmo período de 2010 (e subiu 17% em relação a 2009).

Período de 1 de Janeiro a 7 de Março – Número de mortos:

2009 – 112

2010 – 119

2011 – 131

Não estão ainda incluídas as mortes a 30 dias.

Quando é que vamos combater a sério esta estupidez?

Fonte: Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

Catarina
13 de Março de 2011, 9:31




Mais passageiros nos suburbanos do Porto

A CP anunciou que as linhas suburbanas da CP Porto [Aveiro, Braga, Guimarães, Caíde e Leixões, esta entretanto encerrada em 2011] registaram em 2010 um acréscimo de meio milhão de passageiros em relação a 2009. É um aumento pequeno, de 2,7% (a CP Porto transportou 20,58 milhões de passageiros em 2009), mas nos tempos que correm merece destaque especial pela positiva. Após a introdução, em Outubro, das portagens nas auto-estradas A29, A28, A41 e A42 o número de passageiros nos comboios suburbanos do Porto que percorrem os mesmos percursos aumentou 4,5%. A CP, excessivamente cautelosa, diz que só a realização de “inquéritos específicos” permitirá garantir uma relação entre os dois factos.

Aliás, a CP continua sem um plano estratégico de ação para responder à introdução de portagens nas restantes auto-estradas, que ocorrerá a partir do próximo mês, limitando-se a dizer que está «atenta a esta questão». Um “depois logo se vê” difícil de compreender, tendo em conta que a introdução de portagens nas ex-SCUT [juntamente com a agudização da crise e a subida dos preços dos combustíveis, que convidam à redução da utilização do automóvel] constitui uma oportunidade de ouro para o transporte público.

Catarina
11 de Março de 2011, 10:37

Fonte: notícia do Público de 10/3/2011 “Suburbanos do Grande Porto ganharam mais meio milhão de passageiros em 2010


Mais carros a circular no eixo Sintra-Lisboa


Entre 2008 e 2010 o tráfego automóvel subiu 17% no eixo Sintra-Lisboa. Dezassete por cento em apenas dois anos!

A nova auto-estrada entre Sintra e Lisboa (A16), uma das mais absurdas do país, foi construída com o intuito de aliviar o tráfego na auto-estrada pré-existente (IC19). À data da inauguração, dizia-se que esta auto-estrada ia retirar 20 mil veículos por dia do IC19. No entanto, o IC19 registou, entre 2008 e 2010, um acréscimo de tráfego automóvel de cerca de oito mil veículos por dia (de 129 600 em 2008 para 137 400 em 2010). 2008 foi, é certo, um ano que teve um período de grande alta no preço dos combustíveis. Mas também é verdade que entretanto a crise económica se agravou de forma muito significativa. E o tráfego no IC19 cresceu mesmo ao longo de 2010, ano de profunda crise económica e em que os preços dos combustíveis estiveram em crescimento.

O tráfego na A16 também aumentou ao longo de 2010 e, embora não tenha registado crescimento desde a sua inauguração em Outubro de 2009, por ela circulam, nos “melhores” meses, quase 15 mil veículos por dia, a acrescer ao enorme tráfego diário do IC19.

Somadas as duas auto-estradas que ligam Sintra a Lisboa, verifica-se que o tráfego médio diário neste eixo cresceu 17% entre 2008 e 2010.

Mas é claro que os governantes nacionais e locais não aprenderão nada com estes números e continuarão a alimentar a ilusão de que é possível resolver os graves problemas de mobilidade na Grande Lisboa construindo mais auto-estradas.

Ana
8 de Março de 2011, 12:50

Fonte: notícia do Público de 8/3/2011 “Tráfego subiu 17% desde 2008 entre Lisboa e Sintra

Retábulo da Virgem

A importância internacional do Retábulo da Virgem (Museu de Évora) foi este fim-de-semana reafirmada por Joaquim Caetano, formado em História de Arte e ex-diretor do Museu de Évora, segundo o qual esta obra, ainda pouco conhecida dos portugueses, «deve ser colocada no roteiro das grandes obras internacionais de pintura flamenga, já que é uma obra importantíssima e tem tido pouca divulgação».

Este fim-de-semana (até amanhã) está a decorrer, em Évora, o Congresso Internacional “O Retábulo de Évora e a Pintura Flamenga do Sul da Europa”, com a presença de alguns dos mais importantes especialistas mundiais de pintura flamenga. A entrada é livre e gratuita.

Ana
19 de Fevereiro de 2011, 14:34 

Fonte: blogue A Cinco Tons e Lusa


Manifestação em Albufeira

Recentemente, mudou o Comando do DT da GNR. Ao que parece, o número de multas de estacionamento cresceu, dizendo-se a GNR empenhada em combater o estacionamento em cima dos passeios. Contra a "caça à multa", centenas de pessoas fizeram anteontem uma manifestação nas ruas da cidade. "Isto é uma vergonha!", clamava o povo. O Presidente da Câmara está de acordo. A ler (para crer) no Público de ontem.

Catarina
17 de Fevereiro de 2011, 8:58 



Finalmente um incentivo ao automobilista

Depois de anos e anos de perseguição, eis que finalmente o automóvel recebe um incentivo em Portugal: segundo o que foi hoje noticiado, o Estado diminuiu o imposto sobre a compra de carros importados em segunda mão, fazendo baixar significativamente os preços de aquisição. A redução pode mesmo ultrapassar os 40% e a diferença chegar aos 6 mil euros.

Ana
14 de Fevereiro de 2011, 9:49

Fonte: notícia do Diário Económico de 14/2/2011 


Ferrovia “em alta”

Pela primeira vez, uma empresa pública não conseguiu obter financiamento no mercado, ao tentar uma colocação de dívida no valor de 500 milhões de euros, mesmo contando com o apoio do Estado.

Trata-se da REFER, a empresa gestora da rede ferroviária nacional...

Ana
14 de Fevereiro de 2011, 9:33

Fonte: notícia do Diário Económico de 14/2/2011



Sinistralidade rodoviária: estamos a regredir
Números da sinistralidade rodoviária de Janeiro nos últimos anos em Portugal (só incluídas as mortes no local do acidente ou a caminho do hospital):
2008 – 51 mortos;
2009 – 60 mortos;
2010 – 64 mortos;
2011 – 65 mortos.
Não está incluída a sinistralidade dos Açores e da Madeira.
Ana
1 de Fevereiro de 2011, 14:40
Fonte: GNR e PSP

IO Apartheid português


«Sigo viagem até ao comboio, que apanho diariamente. Encontro um jipe estacionado à saída da passadeira, em cima do passeio (que até é rebaixado, mas não tem pilaretes de ferro). Por isso, sou forçada a seguir pela estrada, lado a lado com os carros, em contramão. Quando consigo voltar ao passeio, “tropeço” nas pedras soltas da calçada, nas caixas cinzentas que abrigam os contadores da electricidade e da água, e nas bocas-de-incêndio “plantadas” lá no meio». Estas são palavras da jornalista Marisa Soares, que experimentou sair à rua de cadeira de rodas, numa reportagem publicada hoje no jornal Público intitulada “Os meus caminhos estão cheios de montes Evereste”. Enquanto Celeste Costa, da Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes, desafia «os políticos a irem trabalhar um dia de cadeira de rodas, para verem como é», Jorge Falcato, arquiteto, que desloca em cadeira de rodas há 32 anos, diz que as pessoas com mobilidade reduzida vivem «num regime de apartheid não decretado e invisível aos olhos do cidadão comum» - numa outra reportagem publicada hoje no mesmo jornal, intitulada “A cadeira de rodas é um outro apartheid”, na qual se recorda que na Catalunha 2% do orçamento municipal destina-se a eliminar barreiras físicas, coisa que por cá não existe, nem por determinação legal, nem por decisão autárquica. Pelo contrário, já demos exemplos, neste blogue, de como ainda hoje, 2010, autarquias como a de Lisboa fazem obras em consequência das quais os deficientes deixam de conseguir circular (ainda assim, Vila Real de Santo António, Portimão e Palmela são cidades apontadas como bons exemplos). Porque é que vemos tão poucos deficientes nas nossas ruas?...

Joana
11 de Julho de 2010, 10:42



Lisboa: mais convites para o acesso automóvel ao centro


Dentro de oito meses vai entrar em funcionamento, junto à Rua da Madalena, em pleno centro histórico de Lisboa, mais um parque de estacionamento (em silo), com seis pisos de estacionamento e capacidade para mais de 200 lugares, que está em construção e custa quatro milhões de euros.

Também este não é um parque de estacionamento para os residentes na zona, embora, tal como os restantes, vá ter condições especiais para os moradores.

Trata-se, pois, de mais um parque de estacionamento a juntar aos vários que já existem na baixa lisboeta (para além de todo o estacionamento que há à superfície), mais lugares de estacionamento que equivalem a novos convites para que as pessoas se desloquem ao centro da cidade de automóvel particular.

Entretanto, nas avenidas novas existe um projeto de pedonalização de duas das quatro faixas de rodagem da Avenida Duque de Ávila, que terá como consequência a diminuição do estacionamento automóvel nessa avenida em 40 lugares. Mas… a Câmara Municipal de Lisboa já fez saber que no quarteirão ao lado vão ser criados mais 140 lugares de estacionamento e que o “saldo final” na zona será um aumento de 135 lugares de estacionamento...

Mais incentivos ao uso do automóvel no centro de Lisboa…

Joana
5 de Julho de 2010, 12:33





Mais um prédio abaixo

 
Na Av. Casal Ribeiro, em Lisboa, começou a demolição de mais um prédio do início do século XX, para no seu lugar ser construído um condomínio de luxo do século XXI. Trata-se de um prédio onde viveu um tal de Fernando Pessoa ou lá o que é. Já se imagina que - quando o novo e moderno condomínio de luxo estiver concluído - aqui existirá, à semelhança do que sucede noutros locais da cidade, uma lápide com os dizeres «NO EDIFÍCIO QUE EXISTIU NESTE LOCAL VIVEU FERNANDO PESSOA», embora também não lhe ficasse mal a frase “AQUI JAZ MAIS UM PEDAÇO DA MEMÓRIA DE LISBOA”.

Este era mais um daqueles prédios “sem especial valor arquitetónico”, argumento com base no qual se continua a destruir os centros das nossas cidades.

Neste caso, diz-se que o novo condomínio, com mais andares (claro!), “imitará o estilo” do edifício que agora é demolido. Na imagem do projeto podemos verificar de que tipo de “imitação” estamos a falar…

Marina Tavares Dias tem já 10 volumes da série “Lisboa Desaparecida”, uma série de livros que nos mostra a Lisboa que já não existe. A matéria-prima para a sua coleção não pára de crescer…

Joana
24 de Junho de 2010, 12:17



A gestão da CP no Metro de Lisboa?


O anterior Presidente da CP, Francisco Cardoso dos Reis, está desde ontem à frente do Metro de Lisboa: é o novo Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa. Importará para o melhor meio de transporte público lisboeta os modelos de gestão da CP? Por exemplo, teremos a partir de agora o Metro de Lisboa dividido em áreas de negócio? Já podemos imaginar a Metro Linha Verde, a Metro Linha Azul, a Metro Linha Vermelha e a Metro Linha Amarela, todas a competirem entre si, e termos de comprar um bilhete cada vez que mudamos de linha; horários “brilhantes”; bilheteiras fechadas… ah… bolas, eu tinha prometido a mim mesma que não ia comentar…

Catarina
18 de Junho de 2010, 15:36


Desporto? Estacionamento automóvel.

A remodelação dos mais de 20 hectares do Parque do Picoto, em Braga, vai finalmente avançar. De acordo com o projeto inicial apresentado há três anos, a área destinava-se a ser ocupada sobretudo com zonas verdes, mas teria ainda um bar-restaurante, um parque de merendas, uma pequena biblioteca, uma capela, 2 (dois) parques de estacionamento (um deles coberto), um pequeno jardim zoológico (chamado “garden-zoo”, que é mais fino…), minigolfe (com "e" no fim!) e uma área de desportos radicais, slide e pista de ski artificial.

Ontem foi aprovada na Câmara Municipal de Braga, sem qualquer voto contra, a versão final do projeto, já sem "garden-zoo" e sem a área de desportos radicais: no lugar do “centro radical e de lazer” vai antes ser construído… um “espaço para estacionamento automóvel”…

Catarina
18 de Junho de 2010, 15:10


José Saramago

José Saramago morreu há pouco mais de uma hora. Não sendo um dos meus escritores favoritos, era um grande escritor. E o único da nossa terrinha que até hoje ganhou um Nobel da Literatura. [Joana]

Joana
18 de Junho de 2010, 14:09


"Pare, Escute, Olhe"

Pare, Escute, Olhe: FNAC de Braga (Braga Parque) amanhã, dia 16, às 19h; FNAC de Guimarães (Guimarães El Berço) amanhã, dia 16, às 21:30h; FNAC Santa Catarina, no Porto, depois de amanhã, dia 17, às 18h; FNAC do Chiado, em Lisboa, sexta-feira, dia 18, às 22h.

Catarina
15 de Junho de 2010, 9:04


Todos juntos

Centenas de milhares de automóveis particulares entram diariamente em Lisboa. É relativamente consensual que esta situação é insustentável. E o que se faz? Novos acessos rodoviários à cidade de Lisboa. Os exemplos têm-se sucedido e está a caminho mais um.

A terceira ponte sobre o Tejo, nascida da necessidade de levar a linha do TGV (e também uma linha ferroviária convencional) até Lisboa, foi projetada também como travessia rodoviária. A zona superpovoada do Barreiro passa, deste modo, a estar servida por uma ligação rodoviária direta a Lisboa, e todos temos mais ou menos uma ideia do que vai acontecer quando a ponte estiver concluída: mais uns milhares de automóveis a entrar diariamente em Lisboa.

Recentemente, face à escassez de meios financeiros, o Governo hesitou e considerou a hipótese de a terceira travessia ser apenas ferroviária.

Isso é que não pode ser!

No dia 7 de Junho, reuniu-se a Junta Metropolitana de Lisboa, que deliberou, sob proposta do presidente da Câmara do Barreiro, reiterar que a terceira travessia [tal como o aeroporto e o TGV] é uma “infra-estrutura estruturante” e “absolutamente indispensável à modernização do país”, e enviar esta deliberação, nomeadamente, ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, ao Primeiro-Ministro, ao Ministro das Obras Públicas, aos presidentes dos grupos parlamentares, aos presidentes das assembleias municipais da Área Metropolitana de Lisboa e aos “presidentes dos partidos políticos”.

A deliberação foi aprovada por unanimidade. Isto significa que Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra, Vila Franca de Xira e, pasme-se, Lisboa, gritam, em uníssono, pelo novo acesso rodoviário a Lisboa…

Esta unanimidade impressiona…

Joana
11 de Junho de 2010, 19:05


Marginal sem automóveis

Se estiverem nas redondezas e nunca foram, recomenda-se: na manhã do próximo Domingo, dia 6, a Estrada Nacional n.º 6, mais conhecida por Marginal Lisboa – Cascais, vai voltar a estar encerrada ao trânsito automóvel, no concelho de Oeiras, e vai voltar a encher-se de pessoas, bicicletas, triciclos e alguns veículos estranhos. É sempre uma oportunidade para nos darmos conta do desperdício que é esta bela faixa costeira estar entregue aos automóveis.

Para uma experiência mais radical, recomenda-se (a sério!) que experimentem antes andar um pouco pela Marginal, algures entre Paço de Arcos e Oeiras, num dia normal. Depois vejam a diferença, no Domingo. E percebam melhor o que os carros nos estão a tirar no dia-a-dia das nossas cidades.

Joana
2 de Junho de 2010, 15:40


"Pare, Escute, Olhe e uma caricatura

Se um dia quisessem fazer uma caricatura do blogue A Nossa Terrinha, uma boa ideia seria a caricatura incluir uma de nós e alguma coisa relacionada com o filme “Pare, Escute, Olhe” - porque não paramos de falar nele. Aproveitamos para esclarecer que não temos participação no filme, nem nos respetivos lucros, e que só conheci o realizador Jorge Pelicano, de vista, no dia em que fui ver o filme à Culturgest. O que nos faz insistir é apenas e tão-só o propósito de ainda tentar salvar a fabulosa Linha do Tua da morte. Graças ao empurrão do filme, o número de signatários da petição contra o encerramento da linha tem crescido.
É, de qualquer modo, um excelente filme documental sobre uma região da nossa terrinha, com uma bela fotografia e uma boa banda sonora.

O filme está agora em exibição em Aveiro (Forum) e em Vila Real (Dolce Vita Douro). Ontem, foi outra vez exibido na Figueira da Foz (depois de ter esgotado na primeira passagem). Depois de amanhã, dia 4, será exibido à noite em Lamego. No sábado à tarde, será exibido em Vila Nova de Foz Coa.

Recomenda-se. E para quem ainda não viu, recomenda-se também o primeiro filme documental do mesmo realizador - “Ainda Há Pastores?” -, à venda em DVD.

Joana
2 de Junho de 2010, 15:29



II
Todos os transportes vão aumentar. Todos? Não.

O Secretário de Estado dos Transportes anunciou uma subida no preço dos transportes, porque "os títulos de transporte público há dois anos que não são revistos. Portanto, há uma perda clara de receitas por parte dos operadores".

Estamos, como já perceberam, a falar dos transportes públicos. O transporte particular em automóvel não é abrangido. A crise parece afetar tudo menos o Império do Automóvel. Todas as auto-estradas previstas (exceto parte de uma, e ainda assim em reavaliação) vão mesmo ser construídas (as hipóteses de as suprimir ou adiar ou de transformar alguns projetos em vias rápidas, muito mais baratas, nem passa pela cabeça dos nossos governantes). Quanto aos investimentos nos transportes públicos (designadamente, a ferrovia), logo se vê se há dinheiro.


Da mesma forma, proceder a um aumento do imposto sobre os combustíveis, em vez de aumentar os transportes públicos, e aplicar nestes a receita extra obtida, compensando os operadores da “perda clara de receitas”, também seria algo impensável. Impensável e – verdade seja dita – incoerente: então andamos nós a incentivar o uso do automóvel, gastando rios de dinheiro em auto-estradas, estradas e estradinhas, e depois íamos aumentar o custo dos combustíveis? Não faria sentido. De forma que quando ocorrer o aumento do preço dos transportes públicos agora previsto (entre 3% e 5%, segundo parece), em termos relativos o custo dos transportes públicos vai ser agravado relativamente à utilização do automóvel particular. Coerente. E os senhores governantes ainda poderão socorrer-se de outro argumento: é que não é apenas o automóvel particular que está a sair ileso das medidas de austeridade – também a bicicleta e o transporte pedestre não vão aumentar.

Fonte: notícia do Diário de Notícias de 25/5/2010 “Preços dos transportes públicos vão aumentar

Joana
27 de Maio de 2010, 9:51




Banco Alimentar Contra a Fome: 29 e 30 de Maio

Alguma vez ouviu falar de John Van Hengel? Não? John Van Hengel é um herói e deve-se a ele a existência do Banco Alimentar Contra a Fome, cuja razão de ser é evitar o desperdício de alimentos, distribuindo, a quem dela precisa, comida que de outra forma acabaria no lixo. Foi sobre isso que versou o artigo "O desperdício de comida: de John Van Hengel ao Banco Alimentar Contra a Fome", que, na opinião dos nossos leitores, foi o quinto menos mau publicado no blogue em 2009.

Embora seja aquela a actividade principal do Banco Alimentar Contra a Fome, duas vezes por ano é também promovida a recolha de alimentos junto de supermercados de todo o país. A primeira campanha de recolha deste ano decorre já no próximo fim-de-semana de 29 e 30 de Maio, em supermercados de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, S.Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu e Viana do Castelo. Mesmo que não precise de ir ao supermercado, não deixe de ir….

Desta vez sugerimos algo mais do que simplesmente contribuir com alimentos. Como é fácil calcular, para pôr em pé uma operação destas, são necessárias muitas milhares de pessoas. Essas pessoas são, naturalmente, voluntárias. Qualquer pessoa se pode inscrever como voluntária. Porque não participar, por exemplo, numa manhã ou numa tarde? A ficha de inscrição está disponível no sítio do Banco Alimentar Contra a Fome (“ficha de voluntário”). Pode também enviar uma mensagem de correio eletrónico (endereço no mesmo sítio), perguntando como pode participar já no próximo fim-de-semana e/ou pedir outros esclarecimentos.

Joana
21 de Maio de 2010, 17:10




O jornalismo ao seu melhor nível

A Joana Ortigão é viseense. O blogue A Nossa Terrinha foi criado para denunciar muitas situações de “falta de restrições à circulação automóvel e estacionamento caótico” que “impedem os viseenses de viver a sua cidade”.

Estas e outras escaldantes informações foram reveladas esta semana num conhecido jornal da nossa terrinha, numa notícia redigida com criatividade: entre seis citações “retiradas” do blogue A Nossa Terrinha, só uma foi corretamente transcrita.

O lado bom: a publicidade da denúncia de “uma cidade que dá preferência aos carros” é muito bem-vinda.

Fonte: notícia do Diário de Notícias de 16/5/2010 “Uma cidade que dá preferência aos carros

Joana
18 de Maio de 2010, 12:10




Facilitar o trânsito

Avizinham-se novas alterações no trânsito em Lisboa. Na reunião camarária de 26/5/2010, vai ser submetida a votação uma proposta do Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, de alteração do trânsito na Baixa e na frente ribeirinha, no sentido de garantir… “uma maior fluidez na circulação automóvel”. Uma modificação que vai evitar “as sucessivas viragens à esquerda nas ruas da Prata e dos Fanqueiros”, para que haja “uma maior fluidez do tráfego”. No Cais do Sodré o sistema de circulação vai ser reformulado, resolvendo-se o problema da “má ligação à Rua do Alecrim”.

“Túnel, só o do metro”, foi uma inspirada frase que ouvimos em tempo de campanha eleitoral. Em cima da mesa, na Câmara Municipal de Lisboa (avançará “quando houver dinheiro”), está agora a construção de um túnel para fazer a ligação entre a Av. Almirante Reis e a Mouzinho de Albuquerque – mais um “para facilitar a circulação automóvel”.

Aumentar a fluidez do tráfego, facilitar as ligações, facilitar a circulação, facilitar a fluidez, facilitar, facilitar… Lisboa tem um grave problema de excesso de automóveis. Resolvê-lo passa, inevitavelmente, por dificultar a vida aos automobilistas. Será possível que ainda se fale em medidas para facilitar o tráfego automóvel?!

Fonte: notícia do Público de 13/5/2010 "Câmara quer voltar a alterar trânsito..."

Joana
14 de Maio de 2010, 14:02



Do anedotário da CP

Nove anos depois, o assunto foi recuperado em alguns fóruns de discussão da internet e a partir daí regressou aos jornais.

Em 2001, no tempo das vacas gordas na nossa terrinha, a CP mandou destruir 30 carruagens de passageiros Schindler, muitas das quais em bom estado, que tinham sido importadas da Suíça nos anos 50. Constituíam 10% de toda a frota da CP.

Se porventura carruagens dos anos 50 lhe parecerem muito antigas: na Suíça, esse país que, como sabemos, é “muito pobre” e “cheio de gente miserável”, e cuja ferrovia tem das maiores taxas de ocupação do mundo inteiro, continuam a circular carruagens Schindler com a mesmíssima idade daquelas que a CP, então presididas por João Crisóstomo, decidiu mandar para a sucata

São os tiques do novo-riquismo em que nos tornámos tão férteis na nossa terrinha desde que, em meados dos anos 80, começaram a chegar os fundos milionários da Comunidade Europeia, e que se manifestam sob as mais variadas formas e em quase todas as áreas.

Mais uma vez, pagamos nós. E paga a própria CP, que, ao contrário do que deve fazer uma empresa concessionária da exploração do serviço ferroviário de passageiros, insiste em não guardar algum material circulante para dar resposta a acréscimos excepcionais de procura, como aquele que aconteceu muito recentemente em consequência da paralisação do espaço aéreo europeu.

Só faltou dizer que quem procedeu à destruição das carruagens foi a sucateira de Manuel Godinho. Manuel Godinho? Aaahh…

Fonte: artigo do jornal Público de 11/5/2010 "CP demoliu carruagens na sucata de Manuel Godinho que estavam em bom estado"

[agradecimento ao Tiago do Menos Um Carro]

Joana
12 de Maio de 2010,  13:43




O milagre do Papa

O Papa mostrou que afinal é possível! É possível termos em Lisboa cerca de 100 ruas e avenidas sem um único carro nos passeios (ruas onde os passeios são mesmo para as pessoas!), é possível irmos de casa para o trabalho sem ser de carro, usando essa coisa para pobres que dá pelo nome de «transportes ...públicos», é possível a polícia actuar com eficácia, apesar da lenga-lenga da «falta de meios».

Infelizmente, não estamos hoje nessa Lisboa inédita para fazer a reportagem.

O milagre não foi total. Ainda consegui convencer algumas pessoas de que existe mesmo a alternativa dos transportes públicos, mas outras não foram na conversa: conheço algumas que tiraram o dia de férias, face à impossibilidade de levarem o carro para o trabalho… (por exemplo, para irem da Av. EUA para a zona de São Sebastião da Pedreira… complicadíssimo!)

Ver notícia do Público de 3/5/2010 "Centenas de ruas sem carros em Lisboa e Porto"

Joana
11 de Maio de 2010, 11:20
 
 
 
 
Um país paradisíaco

Um documentário de cerca de uma hora produzido pela TVE (televisão pública espanhola) mostra-nos um país maravilhoso: um Algarve calmo, lindo de morrer e paradisíaco; cidades (Coimbra, Porto, Évora, Viseu, Lisboa) muito tranquilas, com ruas onde se ouvem os passarinhos a cantar, muitas ruas sem carros, ruas pedonais sem um único automóvel, quase não se vêem automóveis em cima dos passeios ("quase", porque também há limites para os milagres). A «vida tranquila» de Évora, a Veneza de Portugal (Aveiro), o Rossio em Viseu com crianças a brincar e sem se ver um único carro (uma praça onde há carros a passar a toda a hora!), e assim por diante. Eu própria, que já sei o que a casa gasta, quase fiquei com vontade de ir passar as minhas próximas férias a esses sítios maravilhosos! Imagino os espanhóis...

[Agradecimento ao Hugo]

Joana
11 de Maio de 2010, 10:49



Orla costeira: os erros pagam-se...

Estamos finalmente a começar a pagar seriamente pelos absurdos erros cometidos na orla costeira portuguesa ao longo de décadas. Das Torres de Ofir ao Algarve (onde em 2009 uma derrocada matou várias pessoas), os erros que não se quiseram admitir enquanto era tempo de os evitar conduziram à situação mostrada e bem expli...cada numa reportagem muito interessante de cerca de meia hora emitida no Biosfera [263] de 28/4/2010. Recomenda-se vivamente. A não perder!

Joana
7 de Maio de 2010, 15:17



Ferrovia: Mapa torto

Um intervalo na nossa viagem turística: eis uma reportagem «a sério», publicada no blogue Nuno Gomes Lopes, sobre o que se tornou a exploração do serviço ferroviário de passageiros na nossa terrinha. Uma reportagem onde, entre outras coisas, é desmistificado o recentemente divulgado aumento do tráfego de passageiros nos comboios suburbanos do Porto (um «aumento», afinal, artificial).

Ana
5 de Maio de 2010, 9:09



Carros nos passeios: de regresso da civilização

Depois de visitarmos um país da Europa desenvolvida, o choque do regresso à nossa terrinha cheia de carros nos passeios é quase sempre inevitável. É o que nos conta a autora do blogue "bananalogic", que desta vez foi apenas aqui ao país do lado:

«E carros estacionados em cima de passeios não enchem os dedos de uma mão. Disseram-me que foi por vontade política há uns anos (a polícia não perdoa) e as multas são elevadas, o que associado à Carta de Condução por pontos, resultou numa cidade civilizada. Por cá, é a mesma merda de sempre. Ainda não houve nenhuma viagem ao estrangeiro (Alemanha, Suiça, Espanha) da qual voltasse feliz e orgulhosa por voltar para o meu país por o achar tão ou mais avançado, mais agradável, ou mais eficiente. Talvez tenha que começar a viajar para fora da Europa, pelo menos…»

Catarina
29 de Abril de 2010, 10:11



"Pare, Escute, Olhe" em Coimbra, Torres Vedras, Lisboa e Nisa

A partir de hoje, está em exibição, nos cinemas de Coimbra (Lusomundo Dolce Vita) e de Torres Vedras (Lusomundo Torres Vedras), o filme «Pare, Escute, Olhe», com o qual se pretende salvar a lendária Linha do Tua do encerramento.

Com o «empurrão» do filme, em exibição há 3 semanas, o número de subscritores da petição contra o encerramento da linha já DUPLICOU: em 3 semanas teve tantos subscritores quantos os dos 4 meses e meio anteriores!

O filme continua em exibição em Lisboa (City Alvalade) e hoje à noite será também exibido em Nisa.

Catarina
29 de Abril de 2010, 9:59



Parque de Estacionamento das Nações

Mais um golpe numa zona de Lisboa para onde nos prometeram o melhor dos mundos: no Parque das Nações, a zona junto ao Teatro Camões foi transformada em parque de estacionamento (autorizado) para os muitos autocarros de turismo que diariamente afluem a esta zona (nomeadamente, para o Oceanário). O parque de estacionamento chama-se, pomposamente, Nautilus, mas o que de facto vemos é esta zona nobre de Lisboa a continuar a afundar-se lentamente.

Eis as palavras de uma pessoa que vive junto do "agradável" Nautilus:

«O barulho dos motores e os gases dos escapes (poluem mais com o autocarro parado que em andamento) tornam-se insuportáveis para quem vive em frente, não permitindo abrir as janelas nem usufruir das nossas varandas. Estamos autenticamente "proibidos" pela Parque Expo de o fazer, entidade nos prometeu uma coisa e impôs-nos outra».

Para ler (e ver) no blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa.

Catarina
29 de Abril de 2010, 9:48



Greve histórica na Assembleia da República

Hoje, pela primeira vez, há uma greve no parlamento nacional. A adesão é de cerca de 96%. Não, não vamos dizer a graçola de que não se nota a diferença relativamente aos outros dias. Em primeiro lugar, porque são os funcionários do parlamento que estão a fazer greve, e não os deputados (os deputados estão hoje a trabalhar na assembleia). Em segundo lugar, porque, ao contrário do que se costuma dizer, grande parte dos deputados trabalham e trabalham muito. Os trabalhos parlamentares - o grande grosso dos trabalhos parlamentares - vão muito para além das sessões plenárias (que, salvo erro, ocorrem apenas três vezes por semana) e não são, por isso, «visíveis».

A greve dos funcionários da assembleia - e a fortíssima adesão verificada - explica-se pelo facto de se lhes ter mudado o estatuto, colocando-os na dependência do Governo (enquanto funcionários públicos), e de se terem modificado as regras de contratação, o que, em última análise, é suscetível de pôr em causa a INDEPENDÊNCIA deste órgão de soberania. Vivemos num regime em que é o Governo (órgão não eleito) que é responsável perante o parlamento (ou seja, nós, representados pelos deputados que elegemos), e não o contrário. É, de todo, indesejável que o corpo de funcionários da assembleia fique dependente do Governo.

Vergonhosa é a história que conduziu a esta inédita paralisação. Todos os partidos com assento parlamentar, a uma só voz, concordaram em aprovar um diploma que mantinha para os funcionários da assembleia o estatuto que estes sempre detiveram (tão pacífica era a questão...). Poucas horas antes da votação, porém, o PS recuou e, na sequência disso, o PSD fez o mesmo e foi aprovado um diploma que coloca os funcionários da assembleia na dependência do Governo.

Os funcionários parlamentares não estão, pois, a fazer greve para receberem mais dinheiro ou para terem mais regalias, mas por uma razão mais importante - importante para todos nós (qualquer que seja a nossa cor partidária)...

Ana
28 de Abril de 2010, 16:17




"Pare, Escute, Olhe": último dia no Porto e nas Amoreiras (Lisboa)

Atenção Porto: hoje é a última hipótese para ver o filme «Pare, Escute, Olhe», que amanhã deixa de estar em exibição. O mesmo sucede nas Amoreiras (Lisboa).

Ana
28 de Abril de 2010, 15:46



"Pare, Escute, Olhe" em Arouca e na Figueira da Foz

Hoje à noite em Arouca, amanhã à noite na Figueira da Foz (com a presença do realizador): o filme «Pare, Escute, Olhe» continua a «viajar» pelo país. Milhares de pessoas já o viram desde que está em exibição em Lisboa e Porto (há duas semanas). A petição contra o encerramento da Linha do Tua teve, nestas duas semanas, um salto significativo no número de subscritores. O filme continua em exibição.

Ana
23 de Abril de 2010, 16:24



Liguing Portuguesing

E agora, para animar um bocadinho, sugerimos uma lição de português, por Zeinal Bava, presidente executivo da Portugal Telecom. No novo blogue Falta de Meios.

Catarina
21 de Abril de 2010, 8:48



Plantar Uma Árvore em Oeiras

A iniciativa Plantar uma Árvore está de volta: mais árvores vão ser plantadas no próximo sábado, dia 24, em Porto Salvo, Oeiras. As inscrições abriram ontem e, do número de voluntários necessários, mais de metade já se inscreveram. É a última oportunidade que tem (antes da grande operação de plantação que está a ser preparada para um sábado do próximo mês de Novembro, em muitos pontos do país). Recomenda-se, de preferência a acompanhar com crianças.

Ana
19 de Abril de 2010, 9:20



Mais um para o Guinness

Há um novo recorde do Guinness a caminho de Portugal. Desta vez, são os nossos jornalistas de televisão que estão a tentar o feito. O recorde consiste simplesmente em fazer os directos mais longos com o menor conteúdo possível + entrevistar o maior número possível de pessoas - tudo isto nos aeroportos.

Como infelizmente tem sido hábito, o país televisivo não está unido em torno deste novo feito português: cada canal de televisão está a procurar atingir o recorde, em competição com os restantes. O resultado desta disputa é verdadeiramente notável. Tão notável que basta um jornalista dizer a palavra "aeroporto" para eu já começar a ficar nervosa...

Joana
18 de Abril de 2010, 11:34



Estudantes: aprender a carro-dependência

Uma grande fotografia com muitos estudantes montados numa bicicleta, no Terreiro do Paço, em Lisboa, encabeça um artigo hoje publicado no suplemento Cidades do jornal Público. Os estudantes em causa não são, evidentemente, portugueses. São estrangeiros a estudar em Lisboa, ao abrigo do programa Erasmus. Este «estranho» hábito que têm de circular de bicicleta contrasta com o cenário repleto de automóveis que nos habituámos a ver em redor das nossas universidades, de que se fala aqui.

Em muitas universidades europeias e até americanas aproveita-se o espaço para jardins, alamedas, relvados onde os alunos podem estar, como se vê aqui...

Em Portugal, esse espaço é entregue aos automóveis.

O artigo do Público não versa sobre este assunto. Mas ao olhar para aquela fotografia lembrei-me da «carro-dependência» que já afecta milhares de estudantes portugueses.

Nota: enquanto fui estudante universitária, nunca me desloquei de bicicleta para a universidade. Mas nunca fui de automóvel: sempre utilizei os transportes públicos e/ou... os pés. Não passaram muitos anos e a impressão que tenho é a de que a situação piorou significativamente, pelo menos em Lisboa: às «portas» da minha universidade, por exemplo, há hoje, sem exagero, quatro ou cinco vezes mais automóveis do que havia quando lá estive a estudar...

Joana
18 de Abril de 2010, 10:56



Cada um paga pelo lixo que produz

Em algumas autarquias de França, os habitantes vão passar a pagar a taxa de resíduos de acordo com a quantidade de lixo que efetivamente produzem.

Veja o verso e o reverso da medalha neste artigo do blogue Da cor do limão.

Joana
15 de Abril de 2010, 11:06



Bio...quê?

Sem surpresa, mais de 40% dos portugueses desconhece o termo «biodiversidade», um valor significativamente superior à média europeia: só 58,7% dos portugueses conhecem o termo. Estranhamente, parte dos que não sabem o que é a biodiversidade dizem que é preciso travar a sua perda (resposta de 72,6% dos portugueses). Algo que poderia ser traduzido por isto:
- "Sabe o que é a biodiversidade?"
- "Bio...quê?"
- "Biodiversidade..."
- "Não, não sei".
- "E acha que a biodiversidade deve ser protegida?".
- "Acho sim senhor!".

Alguma coisa não bate certo...

Fonte: notícia do jornal Público de 10/4/2010 "Muitos ignoram o termo biodiversidade"

Joana
10 de Abril de 2010, 14:48



Justiça retém dinheiro dos cidadãos que a ela recorreram

Imaginem que alguém vos deve dinheiro. Como último recurso, metem essa pessoa em tribunal. Ela contesta a dívida mas, pelo sim pelo não, deposita o dinheiro à ordem do tibunal, até que o juiz decida o processo. A sentença final dá-vos razão. Mas o tribunal não vos entrega o dinheiro! Este é um exemplo do que se passa atualmente em Portugal, graças ao novo regime das custas judiciais aprovado há um ano, que criou um sistema que não funciona bem e que tem impedido a entrega, a milhares de cidadãos que recorrem à justiça, do dinheiro que lhes é devido. Resumindo, depois da sentença, deixam de ter um devedor para passar a ter outro: a Justiça...

Fonte: notícia do jornal Público de 10/4/2010 "Milhares de cidadãos com dinheiro retido devido a problema com aplicação do novo regulamento das custas"

Joana
10 de Abril de 2010, 14:45



Casamento entre pessoas do mesmo sexo: Epílogo - Parte 2.

Depois da infeliz intervenção do Presidente da República, entra em cena o Tribunal Constitucional, para decidir o que se esperava: a lei que vem permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é inconstitucional. O Tribunal não se pronunciou sobre o artigo da adopção, porque o Presidente "se esqueceu" de submeter à sua apreciação essa questão. O diploma vai voltar ao Presidente da República.

Fonte: notícia do jornal Público de 8/4/2010 "TC diz que casamento gay é constitucional"

Joana
8 de Abril de 2010, 19:37




"Pare, Escute, Olhe": o filme, o livro e a banda sonora hoje em Lisboa

Hoje, dia 6, às 21:30h, no Santiago Alquimista, em Lisboa (entrada grátis), haverá um "três em um": 1) Vai ser feita uma apresentação do filme “Pare, Escute, Olhe”, com visualização de excertos do documentário e conversa com o realizador Jorge Pelicano. 2) Será apresentado o excelente livro “Pare, Escute, Olhe”, de Jorge Laiginhas e Leonel de Castro, acompanhado de exposição de fotografia. 3) Frankie Chavez actuará ao vivo, apresentando o lançamento do CD da banda sonora original do filme “Pare, Escute, Olhe”.

Joana
6 de Abril de 2010, 9:00



Linha do Oeste: petição forte, fraca subscrição

Há dois meses foi lançada uma petição pela modernização da decrépita Linha do Oeste. Eram precisas 4 mil assinaturas. Ao fim de dois meses, ainda só se reuniram 1 282 assinaturas... Por favor divulguem.

Joana
31 de Março de 2010, 11:16



"Pare, Escute, Olhe" em Torres Novas e em Tavira

O filme "Pare, Escute, Olhe", de Jorge Pelicano, é exibido amanhã, dia 31, às 21:30h, no Teatro Virgínia, em Torres Novas (599 lugares), e depois de amanhã, dia 1, às 21:30h, no Cineclube Tavira, em Tavira (430 lugares).

Joana
30 de Março de 2010, 15:53



Descoberta a solução para o infernal trânsito em Lisboa!

Entretanto, foi finalmente descoberta a solução para o trânsito em Lisboa! A bombástica solução foi revelada pelo candidato a líder do PSD Castanheira Barros, em entrevista a um jornal algarvio: a criação... de uma nova capital de Portugal. Segundo Castanheira Barros, "a grande obra que gostaria que fosse emblemática de um governo por mim presidido seria uma nova capital para Portugal. Uma capital administrativa, onde fosse instalado o Governo. (...) Se os lisboetas pensarem bem, esta seria uma medida que iria melhorar em muito a sua qualidade de vida, porque retiraria muito do trânsito infernal que ali se verifica".

Ora nem mais!, parece simples, mas a verdade é que ninguém tinha pensado antes nesta solução para acabar com o trânsito infernal em Lisboa. E que abre a porta a outras soluções do género, para outro tipo de problemas que as cidades enfrentam atualmente...

Joana
26 de Março de 2010, 14:47

I

Linha do Tua: entregue no IPAAR pedido de classificação como Património de Interesse Nacional

Foi hoje de manhã entregue, na sede do IPAAR, um requerimento subscrito por mais de 100 personalidades, com vista à classificação da Linha do Tua como Património de Interesse Nacional, ao abrigo da Lei de Bases do Património Cultural. A classificação da linha implicaria um regime de proteção legal e impediria, por conseguinte, o seu encerramento. O IPAAR (agora denominado IGESPAR) tem 20 dias para decidir sobre a abertura do processo de classificação. Queimam-se os últimos cartuchos para salvar esta lendária linha...

Fonte: notícia do jornal Público de 26/3/2010 "Pedido de classificação como Património de Interesse Nacional visa salvar a Linha do Tua"

Joana
26 de Março de 2010, 14:29



Vamos Limpar Portugal - Carcavelos: necessários mais voluntários

Vamos Limpar Portugal - ATENÇÃO zona de Lisboa: esta tarde são necessários mais voluntários para limpar a mata da Quinta dos Lombos e a mata da Quinta dos Ingleses, em Carcavelos. Apesar das centenas de pessoas (incluindo muitas crianças) que têm comparecido desde as 9 da manhã, o lixo não tem fim... O lixo é tanto que os sacos acabaram. Apareçam esta tarde e tragam sacos grandes de lixo (e não esqueçam as luvas, que são obrigatórias).

Local: variante de Carcavelos (ligação entre a A5 - saída de Carcavelos - e a Marginal), a partir da Rotunda da Feira de Carcavelos, na direcção do mar: a mata da Qta. dos Ingleses (maior e que ainda tem MUITO lixo) fica do lado direito da via rápida; a mata da Qta. dos Lombos (já sem muito lixo) fica do lado esquerdo.

Participem neste acontecimento memorável! Nem que seja só por um bocadinho...
 
Catarina
20 de Março de 2010, 14:10




Vamos Limpar Portugal - Locais de limpeza

Neste mapa pode ver todos os locais (mais de 13 mil até agora) onde os portugueses vão participar amanhã na operação Vamos Limpar Portugal.

Joana
19 de Março de 2010, 14:49